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Investimentos alternativos: como funcionam e principais tipos

É cada vez mais frequente no mundo dos investimentos a procura pela diversificação de carteiras para além dos tradicionais mercados de ações e títulos. Esse movimento tem levado ao crescimento dos chamados investimentos alternativos. Embora ainda vistos por muitos investidores como uma classe exclusiva e estreita de aplicações, os investimentos alternativos estão disponíveis em variados pacotes, o que faz deles uma ferramenta poderosa para aumentar a diversificação, amortecer a volatilidade e impulsionar retornos.

 

Opção aos tradicionais, como o nome diz, os investimentos alternativos são focados em ativos que não estão ligados à chamada “economia financeira”, como títulos públicos ou ações em bolsa de valores, mas sim à “economia real”, como as commodities ou o real state, por exemplo.

 

De modo geral, o termo “investimentos alternativos” pode se referir a dois principais grupos, o primeiro dos quais envolve os veículos que investem em ativos não tradicionais, como capitais privados, infraestrutura, imóveis ou direitos creditórios. Já o segundo se refere a estratégias de investimento em ativos tradicionais, porém a partir de métodos alternativos.

 

Compreender os diferentes tipos de investimentos alternativos e as tendências emergentes pode ajudar os investidores a tomar decisões informadas e aproveitar as oportunidades disponíveis no mercado. No artigo de hoje, vamos falar um pouco mais sobre os principais investimentos alternativos disponíveis e as tendências emergentes nesse mercado.

 

O que são investimentos alternativos?

Investimentos alternativos são ativos que não se enquadram nas categorias tradicionais de ações, títulos e dinheiro. Eles podem oferecer diversificação adicional para uma carteira de investimentos, ao lado de potencial para retornos mais elevados e a eventual proteção contra a volatilidade do mercado. Em contrapartida, trata-se de investimentos que, em geral, apresentam maior risco e complexidade.

Em ascensão no Brasil em decorrência da estabilidade institucional e da queda de juros nas últimas décadas, os investimentos alternativos são a classe de ativos que mais cresce no mundo atualmente. Segundo dados do portal InfoMoney, a taxa de curto prazo no Brasil passou de mais de 25% ao ano no começo da década de 2000 para uma média de 9,8% entre 2006 e 2023. Avanços regulatórios e legais também favoreceram alguns setores.

Entre os que mais se popularizaram estão os fundos imobiliários (Flls), especialmente em razão dos incentivos tributários aos rendimentos e da facilidade de compra e venda de cotas na B3. Para se ter uma ideia, em 2009, não passava de 12 mil o número de pessoas e instituições investindo em FIIs. Em 2017 já eram 121 mil, 645 mil em 2019 e, atualmente, 2,2 milhões. O volume negociado em Bolsa passou de R$ 7,2 bilhões em 2016 para quase R$ 60 bilhões em 2023.

A participação dos investimentos alternativos no processo de diversificação de carteiras torna-se especialmente valiosa ao considerarmos que a correlação com ativos tradicionais costuma ser baixa. No entanto, a complexidade e baixa liquidez que caracterizam esses ativos exigem cuidados adicionais na análise de investimentos. Outro fator a ser levado em conta é a tendência dos fundos a serem mais concentrados e mais caros, o que exige uma seleção de gestores mais criteriosa.

 

Diferenças entre os investimentos alternativos e os tradicionais

A primeira diferença reside na disponibilidade e acessibilidade ao público em geral. Enquanto os investimentos tradicionais são negociados em plataformas convencionais, como corretoras ou na bolsa de valores, por exemplo, os alternativos são encontrados em fintechs e exchanges que se especializam em uma ou mais modalidades de ativos alternativos.

Como vimos, investimentos tradicionais contemplam ativos financeiros amplamente reconhecidos e acessíveis, como ações, títulos e fundos mútuos. Esses investimentos são regulamentados e negociados em mercados financeiros convencionais, oferecendo liquidez e transparência. Já os investimentos alternativos são geralmente menos líquidos e podem ser mais complexos, mas também oferecem potencial para altos retornos e diversificação.

Confira a seguir os principais aspectos em que eles diferem:

 

  1. Liquidez

Os investimentos tradicionais são geralmente mais líquidos, permitindo que os investidores comprem ou vendam ativos rapidamente. Em contraste, os investimentos alternativos, como imóveis ou private equity, podem ser difíceis de vender rapidamente sem uma perda significativa de valor.

  1. Risco e Retorno

Os investimentos alternativos tendem a ser mais arriscados devido à sua complexidade e menor liquidez. Em contrapartida eles oferecem potencial para retornos significativamente maiores. Por exemplo, o private equity e o venture capital muitas vezes geram retornos elevados a investimentos em empresas em estágio inicial ou em crescimento acelerado. Da mesma forma, imóveis e commodities podem proporcionar ganhos substanciais por causa da valorização de ativos ou flutuações de preços.

Já os investimentos tradicionais, especialmente títulos, são considerados mais seguros, mas com retornos geralmente mais baixos.

  1. Diversificação

Investimentos alternativos podem fornecer diversificação significativa para um portfólio, pois seus retornos apresentam baixa correlação com os mercados tradicionais. Isso pode ajudar a reduzir o risco geral do portfólio e aumentar a estabilidade durante períodos de volatilidade do mercado.

  1. Acessibilidade

Os investimentos tradicionais são mais acessíveis para investidores individuais, com barreiras de entrada mais baixas e maior transparência. Investimentos alternativos frequentemente requerem capital substancial e são geralmente mais complexos, muitas vezes requerendo conhecimento especializado.

  1. Regulação

Investimentos tradicionais são fortemente regulamentados, oferecendo uma camada adicional de segurança para os investidores. Os investimentos alternativos, por seu lado, são menos regulamentados, algo que pode aumentar o risco, mas também proporcionar maior flexibilidade e inovação.

Quais são as principais vantagens dos investimentos alternativos?

Os investimentos alternativos oferecem uma gama diversificada de vantagens que podem complementar um portfólio tradicional. Além das já mencionadas, podem ser citadas:

 

Proteção contra a inflação

 

Certos investimentos alternativos, como imóveis e commodities, podem servir como uma proteção eficaz contra a inflação. À medida que os preços sobem, o valor desses ativos tende a aumentar, ajudando a preservar o poder de compra dos investidores. Isso é especialmente relevante em ambientes econômicos onde a inflação é uma preocupação permanente.

Acesso a oportunidades exclusivas

 

Investimentos alternativos frequentemente proporcionam acesso a oportunidades que não estão disponíveis nos mercados convencionais. Investidores podem participar de negócios exclusivos, como imóveis de alto padrão, obras de arte valiosa ou startups promissoras, que oferecem potenciais de retorno únicos e possibilidades de crescimento.

Flexibilidade e personalização

 

Muitos investimentos alternativos permitem um alto grau de flexibilidade e personalização. Os investidores podem escolher estratégias específicas que atendam aos seus objetivos financeiros e grau de tolerância ao risco. Por exemplo, hedge funds recorrem a uma variedade de técnicas de investimento, incluindo alavancagem e derivativos, para adaptar as estratégias às condições do mercado e objetivos dos investidores.

Gerenciamento ativo

 

Investimentos alternativos, como hedge funds e private equity, são frequentemente gerenciados ativamente por profissionais experientes que usam estratégias avançadas para maximizar os retornos. Esse gerenciamento ativo pode identificar e explorar oportunidades de mercado, ajustar as posições de investimento conforme necessário e mitigar riscos de forma eficaz.

Benefícios fiscais

 

Em alguns casos, os investimentos alternativos podem oferecer vantagens fiscais. Por exemplo, certos investimentos em imóveis podem permitir deduções fiscais relacionadas a depreciação, juros hipotecários e despesas operacionais. Além disso, algumas estruturas de investimento alternativo podem proporcionar benefícios fiscais diferidos ou tratamentos fiscais favoráveis.

Inovação e crescimento

Investimentos alternativos, especialmente em áreas como tecnologia e biotecnologia, podem proporcionar exposição a inovações disruptivas e crescimento acelerado. Investidores em venture capital, por exemplo, têm a oportunidade de apoiar empresas inovadoras desde o início, potencialmente colhendo recompensas significativas à medida que essas empresas crescem e se tornam líderes de mercado.

 

Sete tipos de investimentos alternativos

 

1 – Imóveis

Investir em imóveis envolve a compra de propriedades físicas, como residências, imóveis comerciais ou terrenos. Este tipo de investimento pode gerar renda passiva por meio de aluguéis e valorização do imóvel ao longo do tempo. Existem diversas maneiras de investir em imóveis, incluindo a compra direta de propriedades, fundos de investimento imobiliário (REITs), e crowdfunding imobiliário.

2 – Private Equity

O private equity é um tipo de aplicação que pode ser feita por empresas, instituições, fundos de investimento ou mesmo investidores individuais. Trata-se de um método de investimento que se concentra em empresas maduras e bem estabelecidas, que já têm um histórico de receita substancial e, frequentemente, estão em busca de crescimento adicional ou reestruturação.

 

Os investidores de private equity (PE) adquirem participações substanciais na empresa, frequentemente obtendo controle majoritário. As principais características do Private Equity incluem:

 

Estágio de desenvolvimento: empresas em estágios avançados de crescimento, geralmente com receitas significativas.

 

Abordagem de investimento: o foco está na otimização, reestruturação e maximização dos lucros da empresa.

 

Horizonte de investimento: geralmente um horizonte de investimento mais longo, variando de 5 a 10 anos.

 

– Impacto: contribui para o crescimento e estabilização de empresas maduras.

 

A expressão se aplica tanto a empresas que estão em busca de financiamento para seus projetos como a investidores que procuram opções para rentabilizar sua carteira. É uma modalidade de investimentos usada para apoiar negócios iniciantes ou com algum tipo de dificuldade financeira, por meio da compra de uma participação acionária visando uma valorização no futuro.

 

3 – Venture Capital

O venture capital (VC) – também chamado de capital de risco – é um tipo de investimento em empresas iniciantes, emergentes e inovadoras, de pequeno ou médio porte. Em geral, as empresas que recebem esses recursos são startups ainda com baixo ou nenhum faturamento ou em seus estágios iniciais de desenvolvimento. Essas companhias necessitam de recursos até para tocar as suas atividades, o que torna essa uma modalidade de investimento de risco.

Para as empresas, o venture capital é uma forma de se financiar. Para os investidores, é uma forma de aplicar recursos em empresas em estágio inicial e obter uma valorização dos seus recursos no longo prazo.

4 – Infraestrutura

Investimentos em infraestrutura incluem a compra de ativos como estradas, pontes, aeroportos e redes de energia. Esses investimentos geralmente proporcionam fluxos de caixa estáveis e previsíveis, já que muitos ativos de infraestrutura são essenciais e têm contratos de longo prazo. Investir em infraestrutura pode ser por meio de fundos especializados ou diretamente em projetos individuais.

5 – Arte e colecionáveis

 

Investir em arte e colecionáveis envolve a compra de itens como pinturas, esculturas, antiguidades, moedas raras e carros clássicos. Esses investimentos podem crescer significativamente em valor, especialmente se o item for raro ou tiver valor histórico. No entanto, eles também podem ser altamente especulativos e menos líquidos.

6 – Crowdfunding

O financiamento coletivo possibilita que os investidores financiem projetos ou startups por meio de plataformas online, contribuindo com pequenas quantias de dinheiro em troca de participações acionárias ou recompensas. Esse método democratiza o investimento, permitindo que investidores individuais apoiem diretamente projetos nos quais acreditam.

7 – Special situations

Investir em special situations é uma estratégia que busca oportunidades em empresas ou ativos que estão passando por eventos ou mudanças específicas que podem resultar em ganhos significativos. Essas situações especiais podem incluir reestruturações, fusões e aquisições, falências, recapitalizações, litígios e outros eventos corporativos únicos. Embora essa abordagem envolva riscos consideráveis, também pode oferecer retornos substanciais.

Existem vários tipos de investimentos que podem ser classificados como special situations, cada um com suas próprias características e estratégias. Alguns dos mais comuns incluem:

Distressed Debt: investimento em dívida de empresas em dificuldades financeiras ou falência. O objetivo é adquirir uma dívida ou uma carteira de créditos a preços baixos, com a expectativa de que a empresa se recupere ou que os ativos subjacentes valham mais do que o preço pago.

Event-Driven Investing: investimento com foco em eventos corporativos específicos, como fusões, aquisições, spin-offs e recapitalizações. Aqui o intuito é aproveitar as mudanças no valor das ações ou outros ativos que ocorrem como resultado desses eventos.

Turnaround Investing: investimento em empresas que estão passando por uma reviravolta operacional ou financeira, com o objetivo de beneficiar-se da eventual recuperação e subsequente aumento no valor das ações.

Arbitragem de fusões: compra de ações de empresas-alvo de fusões e, em alguns casos, venda a descoberto das ações da empresa adquirente. O objetivo é lucrar com a diferença entre o preço de mercado das ações da empresa-alvo e o preço de aquisição proposto.

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