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Capital de risco: o que é e qual a importância dessa modalidade de investimento

Diretamente relacionado à inovação e estratégia, o risco está presente em quase todas as iniciativas que levam a um avanço para a sociedade. De modo geral, o crescimento econômico e a competividade, sejam de uma empresa ou de um país, quase sempre dependem, em maior ou menor grau, do fomento a iniciativas inovadoras e de base tecnológica, que costumam envolver a aposta em projetos com alto grau de incerteza, mas também com grande potencial de retorno.

 

No mundo dos investimentos não é diferente. Embora o mercado acionário seja a forma mais comum de investir em empresas, há um segmento que tem crescido de forma consistente no Brasil justamente por oferecer mais risco e potencial de retorno: o capital de risco.

 

Usada para apoiar negócios em fases embrionárias ou iniciais, por meio da compra de uma participação acionária visando valorização futura, essa modalidade de investimento atrai tanto empresas em busca de financiamento para seus projetos como investidores interessados em diversificar e rentabilizar suas carteiras.

 

Acompanhe a seguir em que consiste esse tipo de investimento e quais suas principais características.

 

 

O que é capital de risco

 

Também conhecida como “venture capital”, a expressão “capital de risco” se refere a um tipo de investimento ou aporte de capital voltado para aquisição de participação em empresas que ainda não fizeram oferta pública de ações, ou seja, ainda não listadas em bolsa de valores. Em geral, a alocação de recursos tem como alvo as startups, ou seja, empresas com baixo ou nenhum faturamento ainda, e que, portanto, precisam de aportes consideráveis para viabilizar suas operações. Daí o alto risco desse tipo de investimento.

 

A participação do investidor nesse tipo de empresa pode se dar tanto diretamente como por meio de fundos de investimento. As formas mais comuns de fazer isso são pelos Fundos de Investimento em Participações (FIP) ou Fundos Mútuos de Investimento em Empresas Emergentes (FMIEE), ambos regulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Nesse caso, os fundos compram ações e passam compor o quadro societário do empreendimento.

 

Destinados somente a investidores qualificados e profissionais, os FIPs podem investir em empresas de capital aberto ou fechado e são estruturados como fundos fechados. Ou seja, só é permitido o resgate das participações no vencimento predeterminado, ou se uma assembleia de cotistas decidir pela sua liquidação.

Enquadra-se na definição de investidor qualificado a pessoa jurídica que detém, no mínimo, R$ 1 milhão comprovadamente investidos no mercado, ou quem tenha determinadas certificações da CVM. Já o investidor profissional é aquele que tem recursos investidos superiores a R$ 10 milhões, ou que sejam instituições financeiras, agentes autônomos, fundos de investimentos, entre outros equiparados pela lei.

 

 

Categorias de capital de risco

 

Os investimentos em capital de risco podem se dividir em várias categorias, de acordo com a etapa de desenvolvimento da empresa para a qual se dirigirá o aporte. Assim, chamamos de seed capital, ou capital semente, o investimento voltado para empresas de pequeno porte, incluindo as em estágio pré-operacional, com perfil inovador e tecnológico.

 

Já os investimentos voltados a micro, pequenas e médias empresas novas no mercado, porém já operacionais, já em crescimento e com grande potencial de expansão, são chamados de venture capital, termo que também é empregado para se referir ao capital de risco de forma geral. Trata-se de uma modalidade de investimento que busca recursos financeiros para expandir a atuação da empresa e acelerar seu crescimento. Empreendimentos novos, mas com potencial para trazer grande retorno aos investidores.

 

O private equity, por sua vez, é um capital de risco de maior porte, composto por centenas de milhões a serem investidos. É voltado para empresas de maior porte, que já tiveram uma ascensão no mercado e estão mais maduras, consolidadas e com faturamento significativo. Ou seja, são aportes feitos após a etapa do venture capital.

 

Há ainda o chamado investimento anjo, feito por pessoas físicas ou grupo de pessoas físicas em empresas inovadoras embrionárias ou ainda em fase de ideação. Eles podem ocorrer, por exemplo, na fase de planejamento de uma startup. Ao identificar um potencial promissor, o investidor faz aportes que costumam girar em torno de R$ 50 mil e R$ 100 mil.

 

O papel das incubadoras e aceleradoras

 

Destinadas a viabilizar projetos de empresas promissoras e inovadoras e ajudar os negócios de impacto a serem mais competitivos, as incubadoras e aceleradoras exercem um papel relevante no ecossistema das startups.

 

Atualmente existem 363 incubadoras e 57 aceleradoras no Brasil, segundo a Anprotec (Associação de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores). A diferença entre elas está basicamente na fase de desenvolvimento em que o negócio se encontra: enquanto as aceleradoras lidam com empresas que já têm faturamento e clientes, mas buscam ganhar

escala, as incubadoras estão voltadas aos empreendimentos que ainda não deram esses primeiros passos.

 

Assim, as incubadoras são instituições dedicadas ao suporte inicial para empresas nascentes e inovadoras. Elas oferecem recursos materiais e intelectuais para transformar ideias em negócios sustentáveis. Em geral, não têm fins lucrativos e são mantidas por universidades.

 

Já as aceleradoras são entidades privadas com alta capacidade de investimento. Usualmente elas fazem aportes em novas empresas em troca de participação societária, com o objetivo de desenvolver o negócio por meio da aceleração do crescimento. Além de recursos financeiros, as aceleradoras costumam oferecer às empresas beneficiadas recursos que elas levariam muito tempo para adquirir, como conhecimento (mentoria) e rede de relacionamento.

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