Quem acompanha o dia a dia do mercado financeiro certamente já está familiarizado com um jargão que impera no mundo dos investimentos: “não ponha todos os ovos na mesma cesta”. Basicamente, ele se refere à importância de não apostar todos as fichas em um único competidor, ou, de forma mais técnica, de diversificar a alocação dos recursos investidos. A diversificação é praticamente um mantra repetido por quem quer que trabalhe com a construção de carteiras, sejam elas de investidores institucionais ou individuais.
De fato, além de buscar por tipos de investimentos que estejam alinhados ao perfil e aos objetivos do investidor, uma estratégia imprescindível para quem quer fazer o dinheiro render mais, e com segurança, é a diversificação da carteira. Esse costuma ser o segredo do sucesso dos grandes investidores e é sobre isso que queremos falar no artigo de hoje.
Importante em qualquer área da vida, seja pessoal ou profissional, a diversificação costuma trazer múltiplos benefícios também no universo dos investimentos, dos quais os mais importantes são a proteção e a redução de riscos. Ao olharmos para o enorme leque de investimentos disponíveis hoje no mercado, veremos que alguns produtos financeiros, como a renda fixa, por exemplo, trazem mais segurança, enquanto outros focam em aumentar o potencial de rentabilidade. Uma combinação inteligente de ativos de tipos e setores variados ajuda o investidor a controlar o gerenciamento de risco e aumentar sua rentabilidade.
A diversificação de carteiras pode fazer a diferença para quem busca sair dos investimentos mais conservadores e apostar em opções com mais volatilidade. E embora de fato reduza consideravelmente os riscos de uma carteira, vale lembrar que esse não é o único benefício de se montar uma carteira diversificada.
Prossiga a leitura e confira o que é a diversificação e como ela pode ajudar a melhorar o desempenho financeiro de um investidor.
O que é a diversificação de investimentos e qual a sua importância
Entre as principais estratégias para proteger a carteira e ao mesmo tempo aumentar as chances de ganho, a diversificação de investimentos pode ser definida como o ato de distribuir os valores em diferentes produtos financeiros, propiciando ao investidor um equilíbrio do seu capital em produtos com diferentes níveis de risco e rentabilidade.
Trata-se, portanto de uma forma inteligente e estratégica de fazer aportes mais arriscados e rentáveis, ao mesmo tempo em que se garante a preservação da maior parte do dinheiro, que permanece alocada em produtos mais conservadores e menos rentáveis.
Ou seja, a estratégia da diversificação basicamente consiste em montar uma carteira composta por ativos de diferentes tipos e setores para que, no caso de um desses ativos sofrer desvalorização, essa perda possa ser compensada com a valorização de outro. Assim, é possível aumentar o potencial de crescimento do patrimônio investido, desde que se mantenha um bom nível de gerencialmente de risco.
Quais as vantagens de diversificar os investimentos
Levando-se em conta o alto dinamismo e imprevisibilidade que caracteriza o mercado financeiro, a necessidade de proteger e rentabilizar o dinheiro, e ao mesmo tempo mitigar riscos e evitar uma concentração excessiva, a diversificação se impõe como estratégia indispensável.
Se feita da forma correta, a diversificação certamente aumentará a segurança dos investimentos, assim como as chances de se obter melhores resultados, reduzindo os impactos das flutuações e incertezas do mercado.
No caso de investidores qualificados, a diversificação é uma forma de equilibrar a exposição a diferentes tipos de ativos e classes de investimentos, reduzindo a vulnerabilidade a perdas em um segmento ou mercado específico.
Confira, a seguir, as principais vantagens da manter uma carteira diversificada:
– Mais segurança
Essa é uma das maiores vantagens da diversificação: ela oferece proteção associada a redução de riscos. Ao alocar os recursos em diferentes ativos, reduz-se consideravelmente o impacto das perdas no montante da carteira.
– Chance de melhores retornos
Ao diversificar sua carteira, o investidor pode tirar proveito dos benefícios de cada ativo, bem como de suas diferentes rentabilidades, aumentando suas chances de obter retornos mais elevados e aumentar seu patrimônio mais rapidamente.
– Mais equilíbrio
O equilíbrio da carteira é obtido por meio do aporte em investimentos com diferentes características, incluindo rentabilidade, risco e liquidez. É possível, por exemplo, combinar ativos mais seguros, mas com prazo de resgate mais extenso, com aplicações mais ousadas e de resgate imediato. Portanto, ao diversificar, o investidor consegue ajustar sua carteira conforme as circunstâncias de momento e objetivos futuros, abraçando diferentes metas de curto, médio e longo prazo sem correr o risco de acabar perdendo dinheiro,
– Mais oportunidades
Além de suavizar os riscos associados a cada produto, a diversificação aumenta o potencial de lucro dos investimentos, ao permitir que o investidor aproveite as oportunidades mais promissoras, mas que exigem maior exposição a riscos. É o caso, por exemplo, de alocar uma pequena porcentagem do montante em ações em small caps (empresas consideradas pequenas, mas que podem oferecer crescimento exponencial). Ou seja, a diversificação permite construir uma carteira com excelente potencial.
– Descorrelação
Ao equilibrar investimentos com desempenhos e comportamentos distintos, a diversificação permite aproveitar a descorrelação entre os ativos. Para obter equilíbrio, a carteira deve ser composta por ativos de correção nula (quando não há qualquer relação aparente no desempenho dos ativos) ou negativa (quando os ativos tendem a ir em direções opostas).
Como fazer a diversificação
Muito além de uma distribuição aleatória dos recursos disponíveis, a diversificação deve ser feita de forma planejada, estudada e consistente, levando em consideração diferentes fatores, como necessidades e objetivos do investidor, assim como as circunstâncias e tendências do mercado e do cenário econômico e político de momento. Outros aspectos a serem analisados e postos na balança incluem o histórico de performance dos ativos e as perspectivas econômicas e políticas nacionais e globais.
Para montar uma carteira de investimento, é preciso, antes de tudo, saber o que o investidor pretende alcançar com ela, e em quanto tempo. Portanto, a primeira etapa do processo de diversificação é definir os objetivos e o perfil do investidor (conforme seu apetite ao risco, valor total a ser investido e por quanto tempo pretende investir).
A etapa seguinte consiste em selecionar os ativos mais adequados ao perfil e aos objetivos definidos na etapa anterior, e então traçar as estratégias mais adequadas para diversificar e proteger a carteira. Tais estratégias podem envolver alocação de ativos por meio de investidores profissionais, diversificação geográfica e seleção dos segmentos e nichos mais promissores.
Em síntese, a regra básica da diversificação é evitar a concentração dos investimentos. Portanto, além de estar distribuída em várias classes de ativos (ações, fundos de investimentos,
estratégias cambiais, títulos públicos etc.), uma carteira bem diversificada também deve contemplar prazos de resgate variados e diferentes setores da economia.
Além dos tradicionais investimentos de renda fixa e renda variável, a diversificação pode incluir diferentes tipos de ativos do mercado imobiliário, que costumam apresentar baixa correlação com outros ativos financeiros. Há ainda possibilidade de diversificar internacionalmente, opção que permite distribuir riscos ao oferecer exposições a diferentes economias e mercados, além de proteger a carteira contra flutuações cambiais.
Outras opões incluem os investimentos alternativos mais arrojados, como private equity e venture capital que, embora envolvam mais riscos e exijam mais experiência por parte do investidor, podem oferecer excelentes oportunidades de retorno. Os fundos de investimento, por sua vez, possibilitam acesso a uma variedade de ativos financeiros em uma única aplicação.
Por fim, é importante fazer um acompanhamento de perto da carteira de investimentos, observando sua evolução e possíveis ajustes a serem feitos de acordo com as movimentações do mercado. Assim, é possível avaliar, por exemplo, se é hora de encerrar um investimento e ir em busca de novas oportunidades. É o chamado rebalanceamento, que deve ser feito de tempos em tempos para manter o equilíbrio da carteira e potencializar seus ganhos